terça-feira, 11 de março de 2014

Arquitetura : Setor Sul Goiânia -Plano de Atílio Correa Lima e Armando de Godoy

O SETOR SUL

 O Setor Sul faz parte da história de Goiânia desde seu princípio. O setor já estava previsto no projeto primeiro feito para Goiânia por Atílio Correa Lima. No plano do renomado urbanista, estavam desenhados, o Setor Central, o primeiro núcleo a ser erguido, e além do setor Sul, o Norte, o Leste e o Oeste. Em 1933, que desenvolveu um projeto caracterizado pela regularidade e classicismo do traçado, determinado segundo as questões funcionais da circulação e as estéticas, visando dotar a nova capital de beleza monumental. Entretanto, em abril de 1935 Atílio se demitiu do cargo por não concordar com as tendências especulativo-imobiliárias que vinham determinando as alterações e demandas no projeto da cidade.

 GODOY E GOIÂNIA

 A influência de Godoy sobre Goiânia se iniciou antes da realização do projeto de ttílio, em 1933, quando apresentou ao Governo um relatório com o seu parecer sobre a transferência da capital, a adequação do sítio escolhido e a função da nova cidade. Analisando o projeto de Attílio, Godoy apontou as cidades que, segundo ele, alcançaram pleno sucesso por terem sido convenientemente planejadas - Cary (EUA) e Letchworth (Inglaterra) - o protótipo da cidade-jardim concebida por Ebenezer Howard em fins do século passado e projetada por Unwin e Parker entre 1903 e 1904.

 “A cidade tal como a idealizou Howard, cujas idéias foram compreendidas e realizadas por Unwin, Parker e outros profissionais na Inglaterra bem como na França, Estados Unidos, etc., é uma admirável escola para as massa populares, trazendo-as ao nível da civilização moderna, educando-as, instruindo-as e dirigindo-lhes a atividade no bom sentido.” (GODOY, 1942: 35-6)

Desse modo Godoy justificou os princípios de cidade-jardim aplicados por ele em Goiânia.Assim houve um segundo plano para a nova capital de Goiás, desenvolvido por uma equipe sediada no Rio de Janeiro, contratada pelos Coimbra Bueno e coordenada por Godoy, cujo nome aparece oficialmente apenas associado ao projeto do Setor Sul. O projeto foi estruturado a partir de um traçado orgânico (em parte justificado pela declividade do terreno na direção do vale do Córrego Botafogo, no limite leste) que gerou quadras irregulares onde foi dada grande importância às áreas livres de uso público. As “bordas” das quadras foram parceladas segundo o padrão de habitações isoladas, enquanto os seus “miolos” foram mantidos como espaços livres públicos, concebidos como parques contínuos.

Do total de sua área (3.255.276 m2), 17,33 % era destinada a estas áreas verdes públicas, o que correspondia a aproximadamente 14,72 m² de área livre por habitante, considerando-se a ocupação total do bairro. Foram projetadas 28 áreas com este fim. Godoy propôs que os lotes tivessem duas frentes, que as casas se abrissem para a rua e para o parque - para o cul-de-sac através da entrada de serviços e para a área verde através da entrada principal -, criando uma relação direta entre o espaço público e o privado. Para organizar esse modelo de ocupação foi estabelecido um sistema viário hierarquizado, onde o trânsito de veículos era separado do de pedestres. Este sistema era composto por vielas e passeios em meio aos parques para os pedestres e vias arteriais, vias coletoras e vias locais em cul-de-sac para os automóveis.

Utilização da área do Setor Sul (Fonte: IPLAN, 1977) Utilização Área (m2) %
do total Ruas 379.231 11,65
Lotes 1.822.730 56,00
Áreas Livres 564.298 17,33
Vielas, calçadas e praças 489.017 15,02
Total 3.255.276 100,00

Guiando-se pelos princípios howardianos de utilização dos espaços públicos e de unidade de vizinhança, Godoy propôs para as áreas internas de parque equipamentos e serviços públicos, como hospitais, parques infantis, jardins de infância, escolas, campos esportivos, enfim, uma série de equipamentos com fins sociais, educativos e culturais que contribuiriam para a alta qualidade de vida dos moradores do lugar. Nessa proposta se destaca o ideal moderno de priorização dos espaços públicos nos projetos habitacionais, associado à noção de comunidade, pois se pensou que os espaços públicos motivariam o convívio coletivo dos moradores criando vínculos entre estes e destes com o lugar. Godoy entende a cidade como elemento civilizador e de inegável utilidade social, pois motivadora do desenvolvimento da sociedade. No relatório apresentado em 1933 ao Interventor em Goiás, Pedro Ludovico Teixeira, dando parecer sobre a construção da nova capital, Godoy afirmou: “A cidade moderna (...) que obedece às determinações do urbanismo, é um centro de cultura, de ordem, de trabalho e de atividades bem coordenadas. Ela educa as massas populares, compões-lhes e orienta-lhes as fôrças e os movimentos coletivos e desperta energias extraordinárias entre os que aí vivem e ficam sob a sua influência civilizadora.” (GODOY, 1943: 212)

Para entender a proposta de Godoy e situa-la no âmbito moderno é importante voltar a Howard e ao Modelo Cidade Jardim. Este, surgido no final do século passado na Inglaterra, visava criar uma alternativa às grandes cidades industriais, que oferecesse aos operários melhor qualidade de vida. Nesse sentido foi proposta a Cidade Jardim, com a idéia de equilibrar campo e cidade. Nesta cidade, o sistema seria cooperativo, com relações de trabalho equilibradas e os operários viveriam, cada um com sua família, em casas individuais envolvidas pelo ambiente natural. Voltando ao caso de Goiânia concluímos que Godoy seguiu os princípios do urbanismo moderno através do modelo cidade jardim. No seu discurso se apropriou não só das soluções espaciais por este modelo geradas mas também de todo o ideal reformador social por ele induzido. O Urbanista almejava “as conquistas e os aperfeiçoamentos da ordem coletiva”, e foi esse o ideal que marcou o seu projeto para Goiânia, assim como o de que se estabelecesse nas cidades maior contato entre o homem e a natureza.

 DESCARACTERIZAÇÃO DO PLANO ORIGINAL

 Os proprietários de lotes no bairro, motivados pela crise de moradia que vinha crescendo desde o início da construção de Goiânia, pressionavam o Governo para a liberação da ocupação dos mesmos, o que veio a ocorrer em 1950. Mas antes mesmo dessa autorização a área começou a ser ocupada pelos proprietários dos lotes e por alguns invasores que se concentravam na margem do Córrego Botafogo. Dessa forma a ocupação do Setor Sul se iniciou através do descumprimento da lei que criava as Zonas Fechadas, de forma parcial e antes da sua urbanização. Isso gerava uma situação complicada, pois além de o projeto de Godoy não ser de conhecimento comum (poucos conheciam o “loteamento de tipo americano” , como chamavam), não havia para este uma legislação específica e adequada, que garantisse o seu padrão de ocupação dos lotes e das áreas livres, o que iniciou a sua descaracterização. A maioria dos proprietários determinou como fundo do lote a parte voltada à área livre e, como frente, aquela voltada à rua pois ignoravam o projeto original e tinham como modelo o lote urbano tradicional. Vale ressaltar que essa arbitrariedade e falta de noção das características previstas para a área surgiam principalmente pela não realização do projeto no momento adequado.
 Mesmo quando se implantou o projeto as áreas livres não receberam nenhum tratamento e, dessa forma, não se constituíram como áreas verdes de parque. Nessa época não havia mobilização do Estado, da Prefeitura ou dos proprietários para o tratamento dessas áreas. Apenas um ou outro morador plantava alguma árvore. Assim o espaço público não foi construído e apropriado pelos moradores, continuou vago parecendo um grande lote baldio. Esse quadro foi agravado com o aumento da violência urbana pois as casas, inicialmente com cercas vivas, foram muradas, de modo que as áreas livres deixaram de ser espaços abertos, com relação com o espaço privado e se tornaram bolsões vazios cercados por altos muros.

 PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES

Na década de 70 do século passado, foi feita uma tentativa de reaproveitamento desses espaços do setor sul, através do Projeto Cura. Foi feita uma votação e os moradores elegeram o que queriam para estas áreas. O CURA encontrou as áreas livres abandonadas, tomadas por lixo (porque o serviço de limpeza urbana limitava-se às áreas pavimentadas), muitas com acessos estrangulados que chegavam a 3 m de largura, o que dificultava a implantação de equipamentos públicos. Outro problema encontrado estava relacionado à implantação errada da maioria das casas, que tinham localizado as entradas de veículo voltadas para as áreas verdes, de modo que foi necessário abrir pequenas ruas que dessem acesso às garagens.

A partir da análise das demandas do bairro, este foi subdividido em unidades de vizinhança para as quais foram estabelecidos os seguintes objetivos: - urbanização das áreas livres transformando-as em áreas verdes com equipamentos de lazer; - complementação das redes de água, esgoto, energia elétrica, iluminação pública, pavimentação e de galerias de águas pluviais; - incentivo ao aumento do índice de construção gerando, a médio prazo, total ocupação dos lotes; Mas, mais uma vez, a ideia foi abandonada pela metade e todo o dinheiro público desperdiçado. E pior, as áreas continuaram sem uma finalidade e ao contrário de ser um bem, passaram a ser um problema para os moradores: muitas delas, abandonadas, se tornaram depósito de lixo e ponto de moradia de andarilhos e até de marginais cometerem pequenos delitos ou usar drogas. Apesar de toda a descaracterização do projeto urbanístico do Setor Sul, ficaram as vielas, que acabaram tendo a função desejada, de forçar a redução da velocidade dos automóveis; e muitos dos espaços internos ainda estão lá, alguns muito bem aproveitados como o Bosque dos Pássaros, outros totalmente entregues à ação do tempo e de pessoas que não ajudam a preservar. Ainda são um desafio para moradores e poder público, mas inegavelmente dão um charme e uma qualidade de vida diferenciada para o bairro.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Fotografia : Greg Gibbs

Greg Gibbs é um fotografo amador australiano  que tem uma paixão para capturar a beleza do céu noturno.

Agaleria de Gibbs é incrível e notasse a paixão que ele tem pela astrologia. realmente é pra se encantar e para deixar de lado as luzes artificias e  valorizar as luzes naturais de um céu noturno.



"Eu adoro experimentar com imagens do céu profundo de coisas como nebulosas, aglomerados de estrelas e outras galáxias. Espero um dia e em breve ter uma configuração permanente , em um observatório que permitiria  capturar esse tipo de imagens mais fácilmente. Mas para mim a minha verdadeira paixão em astrofotografia que me fez apaixonar por este hobby em primeiro lugar. Usando nada mais do que um tripé simples e câmera para capturar a beleza do céu noturno que nos rodeia. Um meteoro ou cometa em chamas no céu, a Via Láctea que se estende por cima, ou as estrelas que parecem girar em torno de nós como nós giraramos através do espaço. Gosto de capturar
tudo."

Segue os links com sua galeria pessoal. Inspirem-se *--*
http://www.capturingthenight.com/
http://500px.com/CapturingTheNight

Arquitetura: Auguste Perret e sua arquitetura pré modernista


 Entre os primeiros que utilizaram o concreto armado na construção civil estão Auguste Perret, Tony Garnier e François Hennebique.
Auguste Perret foi o primeiro há utilizar o concreto armado como meio de expressão. Perret, nasceu em Bruxelas – Bélgica, 1874, Estudou na Escola de Belas-Artes de Paris e suas experiências arquitetônicas baseiam-se exatamente nesta tradição Francesa. após conclusão do curso, herdou do pai, juntamente com o seu irmão, a empresa de construção civil Perret et Fréres , foi quando começou a explorar as possibilidades do concreto armado tornando- se um especialista. 




Em uma atitude contrária ao ecletismo, Auguste Perret associa-se a dois princípios fundamentais: O classicismo, entendido em termos de geometria e clareza, e a coerência estrutural que se pode ligar facilmente a escolha do concreto armado como alternativa construtiva. Ele consegue perceber as características e qualidades plásticas do material e utiliza isto a seu favor, quando cria esta nova expressão na construção civil.

 Perret pode ser considerado herdeiro direto da tradição neoclássica na França, O rigor da construção, simetria e a simplificação formal são características fiéis às regras de composição clássica. A arquitetura clássica se baseia em elementos lineares que se agrupam em ordens arquitetônicas e servem então, para relacionar diferentes partes do edifício.

 Apartamentos Rue Franklin- 1903- Seu edifício de apartamentos situado na Rue Franklin em Paris,1903 . pode ser considerado o primeiro em que o concreto armado foi utilizado de modo a criar sua própria expressão na arquitetura. Os edifícios construídos anteriormente utilizaram o concreto como solução estrutural para servir de suporte às composições arquitetônicas convencionais. Em termos de composição, o Edifício da Rue Franklin possuía uma planta livre cuja estrutura em concreto armado era enfatizada nas fachadas que são divididas em cinco compartimentos que se estendiam por seis andares, realçados pelas estruturas de duas sacadas abertas A articulação proveniente de suas colunas e a elevação de seu telhado conferem algo de gótico à estrutura ortogonal. Sua fachada em “U” contribui para enaltecer essa característica A composição se daria ora com as janelas ora com os sólidos revestidos de cerâmicas em mosaicos, conferindo um ar de Art Noueou, enquanto o restante da estrutura em concreto armado desse edifício foi revestida para sugerir uma construção de lintéis e pilares em madeira, já apontando os futuros estudos de Le Corbusier acerca da planta livre.


Teatro do Champs-Elysées - 1913 (campos elísios) Este prestigiado edifício conferiu uma aura de nobreza com o novo material em contato com um grupo de artistas da cultura clássica. é uma obra decisiva na história do concreto armado. A cornija pesada e as pilastras simplificados também conectam o edifício com precedentes clássicos. O edifício é constituído por três salas: uma grande de 1905 lugares, dedicada à ópera e música clássica e a Comédia de Champs-Elysées, (dedicada ao teatro ) Além disso, o concreto armado (materiais assinatura de Perret) é revestido em mármore branco. Friso de Emile-Antoine Bourdelle coroa a fachada e cinco painéis estão situados acima das cinco portas laterais - dois à direita e três no canto arredondado. O friso superior retrata Apolo e as nove musas.


Eglise Notre Dame du Raincy -1922- Perret foi responsável pelo desenho de um dos primeiros edifícios religiosos a utilizar estrutura aparente de concreto. Ele racionalizou a estrutura de seus prédios, não só a igreja mais todos ele minimiza a decoração, favorecendo um estilo elegante mais sóbrio - uma escolha bastante ousada em um momento onde as fantasias orgânicas de Art Nouveau tinha degenerado em um excesso frenético de arabescos. Perret buscou ,dar ao concreto armado uma expressão estética.inovando em termos plásticos, pois o utiliza sem disfarces. Os elementos estruturais de concreto são aceitos, e de configuração nítida, são incorporados à composição da fachada. Esta por sua vez, não serve de suporte para a ornamentação, mas já encontra em seu próprio desenho a sua expressão arquitetônica. Foi essa dignificação do material que levou ao reconhecimento internacional do edifício. As paredes foram realizadas com elementos pré-fabricados que constituem grelhas translúcidas através das quais se processa a iluminação do interior. Neste projeto torna-se evidente a influência que tiveram na sua obra os arquitetos Viollet-le-Duc e Anatole de Baudot A volumetria do projeto possui uma largura de 20, comprimento de 56 metros e altura de 50 metros. E Ao contrário da orientação da igreja de costume, a frente voltada para o a oriente. Há Uma torre de 145 pés –aproxi 45 m de altura a partir do primeiro compartimento da nave. Torres octogonais baixas. Crescem de cada lado, uma em cima da pia batismal na parte da frente (mais uma vez um lembrete da forma tradicional do batistério) ao centro o detalhe de Pietà bronze no tímpano por Émile-Antoine Bourdelle (1999) O projeto só foi concebido graças a sua experiência com a indústria previamente adquirido com hangares. Que são onde guardam os aviões trazendo isso pro projeto Perret abusou do pé direito criando pórticos que sustentação a abóboda coberta .As propriedades do concreto são usados para criar o interior da igreja um impressionante "caixa de luz", banhada por milhares de cores, incluindo azul com vitrais, que lembra a atmosfera do Santo Chapelle, em Paris. Ele usa de elementos padronizados, suportes finos e finas membranas perfurados por janelas para dar a sua igreja a elevação e luminosidade de uma catedral real retomando o diálogo entre as cores e arquitetura, os vitrais feitos por Marguerite Hure vem do conceito gótico da luz ser uma alegoria do próprio Deus e participando de sua própria experiência da divindade, notasse que os vitrais progrediu de diferentes tons de azul em torno do altar para tons mais quentes no santuário. Nos dias de hoje a idéia de uma igreja de concreto não é exatamente alucinante, mas na década de 20. foi uma escolha bastante subversivo.

A idéia de usar um material tão vulgar para construir um templo era louco, para não mencionar um sacrilégio, mas devido as conseqüências econômicas da Primeira Guerra Mundial abraçaram e promoveu o uso progressivo de novas formas e materiais, escolhendo Perret como arquiteto promovendo o Concreto armado, por possuir um custo menor comparado com pedras talhadas, e Auguste Perret tinha provado
através da construção do Teatro Champs Elysees que o material monótono era o epítome da modernidade.

Salle Cortot -1929 É sala de concertos, , ao lado da escola de musica normal de paris .foi construído entre outubro 1928 e junho de 1929 . Sua estrutura é feita de concreto armado aparente , apenas as colunas e varandas receber decoração dourada. Nota-se também a falta de ornamentação , característica que já conhecem de perret. Sua aparência de caixa fechada se desfaz no interior acolhedor. Ele tem uma capacidade de cerca de 500 lugares eo palco pode acomodar até cinqüenta músicos. Embora a construção seja em concreto armado , a madeira também desempenha um papel-chave - tanto em formas reais e artificiais. com sulcos esculpidos em sua estrutura de concreto que são preenchidos com tiras finas de madeira e ar lacunas, alem do palco o que também tem reação com a acustica . O edifício tem uma classificação como monumentos históricos por um decreto de 9 de outubro de 1999.


 Mobilier national -Foi Construído em 1935 no extremo norte dos antigos jardins dos tecelões da Manufacture des Gobelins, o edifício de concreto armado foi projetado de acordo com a programação definida pelo administrador Janneau Guillaume, Embora inteiramente construído em concreto armado do prédio, no entanto, é um atrativo. Perret acreditava em um uso racional de materiais e, principalmente, optou por trabalhar apenas com as formas de blocos simples, mas muitas vezes ele quebrou suas próprias regras para fins de decoração. Ele acrescentou traços de mármore colorido na mistura de concreto para encontrar o tom perfeito para o edifício e produziu uma série de colunas que sustentam uma cornija em que o nome do edifício é escrito. Antes das colunas gêmeas apoiar o pórtico em arco que liga os dois pavilhões do quintal da frente, os dois cães esculpidas em pedra por André Abbal. Um toque clássico de novo, eles olham para fora através do córrego afundado e fazer os visitantes hesitar antes de entrar no edifício.



 O Palais d' Iéna- , antigo Museu das Obras Públicas, é a expressão mais plenamente realizados "da ordem de concreto armado " inventado por Auguste Perret . Seu programa foi desenvolvido como parte das atividades em torno da exposição de Paris de 1937. refletem um estilo clássico em que as proporções estão em perfeita consonância com os materiais utilizados. Afinando para dentro em direção ao fundo e queima em uma capital no topo, colunas elegantes subir até o telhado, que abriga uma segunda estrutura. O jogo de sombra e luz no Palais d'Iéna é capturado em concreto misturado com pórfiro verde e mármore rosa. O edifício é uma reflexão implacável de uma das contribuições mais marcantes do racionalismo moderno da arquitetura universal. O grande interior apresenta um vestíbulo curvo, bem como uma grande escadaria. Palais d' Iéna aparece como uma espécie de testemunho arquitectónico pelo capitão do concreto armado. Ele refaz todos os temas presentes em seus projetos anteriores , a fim de estender , até a sua conclusão , a lógica racionalista do " abrigo soberano ", que ele identificou com a própria arquitetura.. A imagem de uma das janelas mostrando a proximidade do Palais d’iéna com a torre eilfel A Obra não foi concluída quando a segunda guerra mundial interrompeu a sua construção por isso outros arquitetos contribuíram para a conclusão.

 Le Havre - A cidade da frança foi destruída durante a Segunda Guerra Mundial , Mais de 90% da cidade foi deixado em ruínas; todos os prédios públicos no centro administrativo incluindo a bolsa de valores, a prefeitura e os correios foram destruídos, bem como todas as igrejas, os dois hospitais, escolas e lojas. Após a Segunda Guerra l, Perret dedica-se, até à sua morte, à reconstrução da cidade do Havre, de 1945 e se estendeu até 1964 bastante destruída pelos bombardeamentos. O plano para a cidade apresentava uma estrutura ortogonal em grelha, marcada por um eixo central e pontuada por amplos espaços abertos. Os edifícios eram constituídos por elementos pré-fabricados e formalmente revelavam uma gramática racionalista simplificada e uniformizada que seria bastante criticada pelo seu carácter anacrónico e repetitivo .
O último trabalho do arquiteto é o desenho da igreja de St. Joseph, implantada na praça central do Havre. Olhando na foto panorâmica mostra claramente a imagem da torre da igreja de são josé que se destaca da escala da cidade. Eglise Saint Joseph A Église Saint- Joseph domina o centro reconstruído de Le Havre . Dedicado à memória das vítimas do bombardeio, ela se ergue como um farol à beira d' água. Sua torre lanterna, visível a partir do mar aberto, com seus 107m de altura tornou-se um símbolo da cidade portuária . As janelas das treliças , iluminam o volume interior com seus vitrais coloridos .




Auguste Perret morreu em 1954. E Todos as características fizeram e formaram o vocabulário arquitetônico foi evidenciado nas demais obras que construiu ao longo de sua carreira. Tamanha rigidez clássica pode ser considerada o motivo pelo qual Perret não aproveitou, quem sabe, todas as possibilidades de construção do concreto armado, mas mesmo assim fez uso do concreto armado com expressão de forma a resolver os problemas construtivos que se apresentaram na época. Atualmente a Fundação Prada realiza mostra dedicada ao arquiteto francês Auguste Perret com oito de suas importantes obras . a exposição acontece no palácio Jena até o dia 19 de fevereiro de 2014 e é free.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Arquitetura: Belle Epoque




 Belle epoque surgiu na França, no final do séc. XIX e se estendeu até a primeira Guerra Mundial em 1914. no Brasil, teve término na Semana de Arte Moderna de 1922. Mas, na verdade, não é possível demarcar tão rigorosamente seus limites, uma vez que ela é mais um estado espiritual do que algo mais preciso e concreto.Foi considerada a era de ouro da beleza e das novas invenções que cativaram a população.


Ocorreu mudanças na posição da mulher na sociedade, tendo esta se emancipado em idéias, estilos de vida, filosofias e modo de vestir. Surgiu a lâmpada pelo norte-americano Thomas Edison..Telegrafo sem fio. O telefone o telegrafo sem fio . o raio X , A bicicleta ,O automóvel, o avião. a cultura de massas se difundia através dos meios de comunicação...aparece a imprensa, o rádio, o cinema .

A importância dos irmãos Lumiere reside acima de tudo, no facto de terem sido uma alavanca de descoberta: os primeiros filmes da história do cinema. apesar de primitivos revelaram ser exemplos de grande nível artístico, cerca de cinquenta segundos de duração, a preto e branco, sem som. “A chegada do trem na estação” Foi exibido em 1895. pelos lumiere chocando a plateia que se escondeu por medo da reprodução. “A viagem a lua” de 1902 por Georges Méliès . foi considerado o primeiro filme de ficção cientifica, Nota-se uma evolução entre os dois vídeos . com uso de efeitos especiais e um roteiro.

Esse foi um período pré guerras, na Europa, foi marcante a presença de vanguardas que, no campo arquitetônico, que constituíram o Movimento Moderno. Mas desde o final do século XIX discutia-se a necessidade de renovar a linguagem arquitetônica em face das novas técnicas e demandas da sociedade industrial. Art Nouveau, Art Déco e variantes racionalistas propuseram, antes e durante a afirmação do modernismo, outras soluções para orientar a construção moderna e superar as limitações do academicismo historicista. Nesse período, considerava-se que a forma arquitetônica não deveria ser atrelada aos princípios das vanguardas modernistas, mas, deveria buscar uma conciliação entre os princípios consagrados pela tradição com a atualização tecnológica, a adequação aos novos programas, o uso das técnicas construtivas disponíveis e a preocupação com as condições climáticas e outras referências locais.
Esse modo de expressão arquitetônica pautado no racionalismo possibilitou a perpetuação dos princípios da composição, da proporção e da simetria acadêmica e, ao mesmo tempo, permitiu maior liberdade projetual por meio de uma espacialidade mais dinâmica, com preferência por volumes puros, uma estética mais simplificada e racionalidade construtiva referente ao emprego das novas tecnologias em associação com elementos compositivos e decorativos derivados de uma depuração dos estilos históricos. Estas arquiteturas pretendiam tanto reciclar o classicismo acadêmico, modernizando-o, como tentar uma conciliação entre o ecletismo vigente e o racionalismo europeu.

Para Frampton, ( pesquisador e professor) o racionalismo clássico seria a busca por um estilo adequado aos tempos modernos por meio de uma reavaliação da tradição clássica, resgatando seus princípios fundamentais . A motivação projetual não era a cópia dos estilos antigos, mas a obediência aos princípios em que se baseavam.

Para vários autores, o racionalismo europeu foi de fundamental importância para a aceitação e amadurecimento do Movimento Moderno. 
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...